domingo, 27 de dezembro de 2015

O que é essencial é invisível aos olhos ... mais a experiência o torna tangível. - Estágio universitário voluntário de Isidora Zanon, Relatório final


Os começos
 são sempre difíceissão incertos, jogam você em uma dimensão desconhecida, mas também permitem de fazer ordem e dar sentido  à decisão tomada.
Eu sabia que tinha que ir ao Brasil, que queria fazer o meu estágio com o Progetto BEAminha vontade era grande eu não tinha dúvida, mas as razões não eram tão claras.
Agora que eu voltei, tudo é muito mais claroNesses três meses tive a oportunidade de ter experiências e encontros que me enriqueceram significativamenteEspero sinceramente de não voltar ao que eu era antes de começar esta experiência. Cada situação, cada  palavra era nova e obrigou-me a me referir a um ponto de vista diferente do meu, a me relacionar com uma forma diferente de intender as coisas.
Quando chegamos em Recife eu, Giulia e Lucia não sabíamos a língua. Estudamos em alguns livros de gramática antes de sair, mas no momento de ter que se apresentar, pedir simples informações, pagar a conta no restaurante, chamar um táxi o tomar um ônibus, realmente você intende o quanto é importante saber se comunicar.
Comunicaresse é o pontousar habilidades e recursos que nem mesmo você sabia de ter. É o se conhecer antes de conhecer os outros. Você saber esperar o tempo do outro que tem de decidir se ele quer entrar em contato com você. Você saber como ouvir sem ter uma resposta prontaVocê se envolver, expondo-se, para compartilhar sentimentos e emoções.
A associação En.A.R.S. e o Progetto BEA, me proporcionaram de desenvolver o meu estágio confrontando-me com uma realidade completamente nova, aprendendo e ensinando através de dinâmicas e criatividade, abrindo os meus horizontes e também transmitindo as minhas paixões.

Os objetivos educacionais:
  • Saber: conhecer a instituição onde eu desenvolvo o meu estágio, os documentos institucionais e os aspectos mais importantes das políticas sociais do Estado de Pernambuco.
  • Saber fazer: experimentar-me com as crianças e jovens no uso de diferentes materiais, formas e cores, em atividades criativas através da reciclagem. Desenvolver uma observação participante e adaptar minha oficina ao contexto específico. Aplicar o conhecimento teórico que eu aprendi durante os anos de estudo.
  • Saber ser: capaz de tomar um pensamento crítico considerando múltiplas perspectivas e pontos de vista diferentes dos meus.

Eu ainda me lembro como me senti quando entrei pela primeira vez no CCA, Centro de Atendimento à Crianças e Adolescentes do programa Vida Nova, no bairro João de Deus em Petrolina. Fiquei impressionada com a energia e o calor daquele lugar.
Naquele dia as crianças estavam dentro de uma pequena sala ensaiando com Ionally e Candyce, as duas professores que mais tarde se tornariam minhas amigas e companheiras. Nós entramos e seus sorrisos fizeram aumentar o meu batimento cardíaco. Quando viraram para nós e cantaram uma canção brasileira com suas vozes puras e doçes eu não consegui segurar as lágrimas, a emoção era muito forte e eu mal podia contê-la. Eu pensei "este é o lugar para mim", e essa afirmação ainda é válida. No dia da despedida não foi menos fácil.
No centro, ao longo do estágio de 3 meses eu consegui realizar:
Uma oficina com pinturas e aquarelas tempera, aprendendo a misturá-las para obter as cores secundária e terciária e usando ferramentas como palhas e esponjas para experimentar técnicas artísticas incomuns.
• Dos dias de experimentação culinária preparar e cozinhar alimentos tradicionais da cultura italiana, com ingredientes simples e económicos (nhoque e pizza).
• Atividades com a pasta de sal e gizes coloridos construídos, para promover habilidades manipulativas e expressivas.
• Aulas teóricas interativas sobre a necessidade e a oportunidade de reciclar com imaginação e fantasia e aulas práticas para criar partir vários objetos com o material reciclado: animais, carros, jogos, pinguins, silos, aviões etc etc.










Por meio dessas atividades eu aprendi junta a eles a construir, desenhar, libertar a imaginação, e isso foi algo muito valioso para o meu crescimento humáno e  profissional. Eu gostaria de agradecer a todas e todos que fazem o CCA que me acolheram e estabeleceram um diálogo intercultural tentar mediar os compromissos.

Eu tive a mesma sorte no Centro da Juventude do Programa Vida Nova de Petrolina' onde fui recebida pela diretora, professoras, técnicos, estudantes de UPE, e, acima de tudo, por eles, os adolescentes.
Através do reforço escolar de Português, além de aprender a língua, falamos sobre os sonhos, os planos futuros, as oportunidades perdidas e até sobre as histórias pessoais … a minha também.
Neste contexto, eu tive a sorte de inserir-me em um projeto de Extensão Universitária da UPE e, juntamente com Manuela M., estudante e coordenadora do projeto, fizemos um belo trabalho sobre a cooperação, a ajuda mútua e a consideração de um com os outros.
Título do projeto: "Aprender a solidariedade como um instrumento de integração social e participação dos jovens na vulnerabilidade social no município de Petrolina-PE."
UPE - Reunião de equipe sob a coordenação da Prof.a Virginia Ávila
Língua e Cultura Italiana:

E quem pode esquecer o curso de língua e cultura italiana na UNIVASF, juntamente com o coordenador do projeto, professor e mestre de vida, Nicola Andrian? De repente me encontrei no papel de uma professora e não foi fácil, mas graças aos estudantes foi definitivamente emocionante. Os momentos de diversão e satisfação se trosaram com o trabalho sobre objectivos específicos e conteúdo de cultura e língua italiana.
Uma bagagem cultural, humana e profissional que sempre fará parte da minha vida.

UNIVASF PROEX: Aula de campo sobre a Culinária italiana: Gnocchi
A lista de agradecimentos seria longa demais dados os muitos rostos que agora me aparecem à memória, mas eu não posso esquecer de agradecer à minha Italia no Brasil: a Giulia Pivato, a Lucia Zago e o Nicola Andrian.

Eu devo tudo isso em primeiro lugar a eles. Se não fosse por essas três pessoas maravilhosas talvez não teria vivenciado da mesma forma as múltiplas  situações que se apresentaram ao longo do estágio. Só para eles seria  necessário escrever um outro artigo mas não há nem tempo nem espaço.
Obrigada por Tudo Pessoal, Nunca vou Esquecer de VOCÊS!
Isidora Zanon

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Três meses para ... continuar - Estágio universitário voluntário de Lucia Zago - Relatório final

Três meses atrás eu tinha impresso em minhas camisas: "Um dia sem sorriso é um dia perdido" e "Se você não tem um sorriso, eu lhe dou um", essas frases ficaram comigo e me ajudaram durante esta viagem.
Elas descrevem o espírito com o qual eu me apresentei todos os dias na FUNASE CASE, no curso de italiano na UPE, e com o qual procurei me relacionar com a equipe e com os meus colegas e amigos. O sorriso é um elemento que nunca quis abandonar, que sempre exaltei e tentei transmitir.
Em primeiro lugar eu sempre tentei entrar na FUNASE CASE com um sorriso para dar a cada adolescente acolhido e aquele mesmo sorriso me ajudou a deixar algumas coisas para eles, a criar um relacionamento, conhecer e descobrir mais. Além disso eu usei muito a observação: um olhar atento a cada comportamento dos adolescentes, encontrando os olhares, tentando entender o que eles queriam dizer, transmitir e como tentavam passar algo sobre as próprias  vidas além da comunicação verbal, nem sempre fácil a ser entendida por mim.
Graças a essas atitudes, em seguida consegui aprofundar um diálogo, criar vínculos estabelecendo relações de confiança e respeito que me ajudaram a sentir-me parte da experiencia de vida deles dentro da FUNASE.
Nesta Instituição eu teve a possibilidade de:
  • Acompanhar o coordenador pedagógico Ilson Borges ao longo de alguns dos encontros com os adolescentes acolhidos;
  • Acompanhar as atividades das professoras e professores da Escola interna ao longo das manhas;
  • Participar de alguns dos projetos para a reinserção social ao longo das tardes;
  • Participar da oficina de informática;
  • Participar à algumas visitas externas.



Visita à Agropecuária
As 5 W em um clique - Fotografe o seu sonho ...

De grande importância para a minha experiência é o fato de que nestes três meses tive a oportunidade de realizar a oficina que pensei ao longo do panejamento do meu estágio: "As 5 W em um clique - Fotografe o seu sonho ..." através do qual, graças à fotografia e ao refletir sobre o presente e o futuro, consegui aprofundar mais os relacionamentos e ouvir mais os sonhos de vida dos adolescentes. Preparar e desenvolver esse laboratório não foi fácil. Inicialmente eu pensei que teria conseguido a atenção e a participação deles através do uso de um meio tecnológico mais não foi bem assim. As vezes quem estava participando tinha outras atividades a serem desenvolvidas.
A oficina continuou mesmo com um número pequeno de participantes. Inicialmente eu mostrou-lhes um vídeo sobre a história da fotografia, expliquei como usar a máquina, e deixei-los fotografar o que era de interesse para eles. Através das fotos conseguimos trabalhar a dinâmica do brainstorming (tempestade cerebral) sobre o presente e o futuro. Tiramos fotos do que eles fariam no futuro, e juntos criaram um vídeo. Graças à criação do vídeo que eu pude ver que o diálogo iniciado mais cedo estava em contínuo desenvolvimento e enriquecimento.
De acordo com a coordenação pedagógica desenvolvi, também, aulas de italiano. Consegui interessá-los em especial através da música rap "Se o mundo era" que temos ouvido, visto e aprendido.
Esses adolescentes têm me permitido desenvolver a capacidade de olhar com olhos diferentes, ouvir, observar e melhorar a  minha capacidade de me relacionar até com a coordenação pedagógica e os professores. Tenho que agradecer a eles mesmos por ter me encorajado a levantar-me cada manha com entusiasmo e passar, infelizmente, apenas oito horas do meu tempo com eles (teria gostado passar mais tempo juntos).
Entre os principais objetivos do meu estágio um foi o de "estimular os adolescentes a refletir e planejar suas vidas, tornando-os conscientes da responsabilidade por suas ações e reforçar as suas capacidades, recursos, habilidades".

Os objetivos educacionais:
Eu tinha a intenção de:
  • Melhorar a capacidade de observar;
  • Desenvolver um projeto educacional dentro da FUNASE CASE coletando dados e avaliando os resultados atingidos;
  • Adquirir e desenvolver novas habilidades, competências e/ou estratégias educativas em relação às pessoas que vivem na FUNASE CASE, a fim de crescer do ponto de vista humano e profissional;
  • Saber me relacionar com adolescentes em situações difíceis estimulando a própria liberdade de expressão e diálogo através das atividades propostas;
  • Conhecer uma nova cultura e alguns aspectos educacionais de um país diferente do meu.
reunião de avaliação semanal


Apesar de algumas dificuldades e alterações ao programa em andamento, eu senti de ter desenvolvido e ter melhorado no específico a capacidade de observação. A respeito disso foi muito significativa e enriquecedora a reunião de avaliação semanal com Ilson Borges dos Santos, Edenete Santana de Araújo e Nicola Andrian.





Língua e Cultura italiana:
Na minha experiência, eu também tive a oportunidade de me envolver como professora de língua e cultura italiana na UPE, Campus de Petrolina. Durante as aulas tentei desenvolver a idéia de aprender e se – divertir conhecendo mais. Tenho que agradecer a todos os alunos para a compreensão e a presença constante e também porque eles me ajudaram a me envolver cada vez mais.
Festa de Despedida UPE, Campus Petrolina
Finalmente, não posso esquecer a pessoa que permitiu que passasse três meses em um país maravilhoso como o Brasil. Nicola Andrian, o coordenador do Progetto BEA, com a sua presença constante e o diálogo me ajudou a enfrentar as dificuldades e a perceber cada vez mais as minhas capacidades. Junto com ele foram importantes e fundamentais as duas colegas Giulia e Isidora com as quais eu compartilhei esses três meses, e que sempre me apoiaram e me fizer tornar mais consciente da pessoa que eu sou.
O BRASIL é algo a ser vivido não só contado!
Lucia Zago