sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"Estudantes do Departamento de CIÊNCIAS HUMANAS – III, JUAZEIRO, a caminho de PADOVA, Italia.

"Estudantes do Departamento de CIÊNCIAS HUMANAS – III, JUAZEIRO, a caminho de PADOVA, Italia. 

Participando da pesquisa INTEREURISLAND, INTERsectoral, 'Extensão Universitária', Research, Interculture and Service Learning; Approaching to a New Development do doutorando Nicola Andrian"
Co-Tutela entre o curso de doutorado em Ciências Pedagógicas, da Educação e da Formação do departamento FISPPA da UNIPD e o Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGeduc) da UNEB"
(Blog do Geraldo José)

http://www.geraldojose.com.br/index.php?sessao=noticia&cod_noticia=80568

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

NA VIDA TUDO PODE ACONTECER! – Relatório final do estágio voluntário no exterior de Miriam de Martin da Universidade de Padova, Itália

“Enquanto eu sinto você na minha alma, não ha perigo”

Esta è a frase com a qual eu quero começar falar sobre estes meus quatros intensos meses de Vida. Esta è uma das últimas frases com a qual eu me despedi dos meus adolescentes. Esta é a frase com a qual juntos ficamos emocionados. Esta è a frase que está me dando energia nestes dias.
Comecei esta viagem com muitas duvidas e incertezas, ainda lembro uma conversação que eu tive com umas das minhas amigas mais queridas antes de partir... ela estava incrédula ao me ver tão incerta e cada dia me falava “mas você esta entendendo que daqui a poucos dias você vai para o Brasil??? e aqui parece que, entre as duas, a pessoa mais feliz sou eu? Miriam, vai ser uma experiência maravilhosa, ja sei que você não vai querer mais voltar para casa!”.
Agora, que acabei de voltar para a Itália posso dizer com certeza que ela estava falando certo: foi uma experiência incrivelmente memorável.


Estou tentando encontrar palavras, na minha cabeça muitas delas estão viajando neste momento, mas nem uma parece aquela certa, nem uma parece conseguir dar o nome certo a emoções, rostos, músicas, amor, dificuldades, lagrimas, mãos, sorrisos, olhares, gritos...

Eu fiz o meu estágio com o ‘Progetto BEA’ na FUNASE CASE em Petrolina (PE), casa de Atendimento Socio-educativo com privação de liberdade para adolescentes em conflito com a Lei e que acolhe acerca de 40 adolescentes com idade entre os 14 e os 20 anos.
Para tentar contar um pouco desta minha experiência quero começar com os objectivos auto-formativos que eu escrevi antes de sair da minha Universidade, objetivos que foram presentes a cada dia e a cada semana desta experiência e que temos trabalhados em cada reunião que fizemos com o meu coordenador Nicola Andrian e com a minha companheira de aventura, Veronica Urbani. Decidi dividir os meus objetivos em três macro áreas: Saber, Saber fazer e Saber ser.
SABER
  • adquirir informações mais detalhadas sobre a instituição a onde eu vou fazer o estágio, sobre o seu modus operandi e também sobre a organização interna e a Mission;
  • conhecer e compreender a legislação sobre os direitos dos adolescentes no Brasil em geral e no Estado de Pernambuco;
  • mergulhar em uma realidade totalmente diferente da minha, aprender e aprofundar um idioma, uma cultura, uma história e tradições novas;
  • adquirir conhecimentos sobre o Service Learning (aprendizagem e serviço). 

SABER FAZER
  • acrescentar, desenvolver e talvez criar “ex novo”, habilidades, competências e estratégias educacionais para lidar e gerenciar as atividades com os adolescentes e com a equipe pedagógica e psicossocial da FUNASE CASE, Petrolina;
  • Propor e realizar, de acordo com a equipe pedagógica um meu projeto pessoal (oficina), coletar dados e avaliar os resultados;
  • compreender as necessidades específicas dos adolescentes envolvidos, tentando entender como poder relacionar-me com eles estimulando a liberdade de expressão e de diálogo. 

SABER SER
  • tentar ser eu mesma, com a consciência dos meus limites e potencialidade e tentar lidar com cada situação com um constante desejo de envolver-me como pessoa e como futura educadora;
  • O espírito com o qual vou colocar-me em frente a esta experiência será de ficar sempre com as orelhas e os olhos abertos com uma atitude de abertura e curiosidade em cada situação que surgirá.

Agora, re-lendo eles, estou tentando compreender quais eu consegui alcançar, quais não e quais senti mais próximos, e quero começar desses últimos!

SABER: umas das coisas para mim mais linda e importante nesses meses foi com certeza a total imersão numa nova cultura, num novo idioma... novos jeitos de fazer, de comer, de entender, de olhar. E, em tudo isso a coisa mais fácil, natural e linda foi de conseguir chamar este lugar de Casa. Claro, ainda não consegui perder a minha “cara de gringa” que as pessoas continuavam perceber, além do meu sotaque não muito autoctono, para o meu modo de me vestir e de me arrumar os cabelos, mas as mesmas pessoas que notavam estas diferencias, fizeram me sentir a cada segundo parte da vida deles.
SABER FAZER: entres as muitas coisas que eu fiz, queria falar sobre a oficina que propus para a equipe e para os adolescentes da FUNASE CASE. A minha ideia, um sonho talvez um pouco utópico, era de tentar escrever juntos com os adolescentes um pequeno livro onde eles pudessem sentir-se livres de contar o que eles queriam. O sonho tornou-se realidade, agora volto para casa com esse maravilhoso presente e com uma lembrança muito boa dos momentos intensos a onde nos estávamos reunidos ao redor de uma mesa construindo e passo a passo a NOSSA história.
Momentos da Oficina na FUNASE CASE em Petrolina
A oficina foi estruturada em diversos momentos: comecei contado a minha vida tentando criar um ambiente aconchegante onde eles pudessem sentir-se livres de falar, passando depois a momentos mais técnicos para aprender como construir uma história, quais são as etapas necessárias, as tipologias das personagens... para chegar ao momento central da construção do nosso livro, da nossa história, das personagens e dos desenhos e ilustrações. Não consigo achar as palavras para descrever a intensidade daqueles momentos, o medo inicial deles e a sucessiva complicidade e o protagonismo. O resultado é um livro que tem o Título “O recomeço de uma vida perdida” que, indiretamente, fala sobre eles, sobre suas vidas difíceis, sobre a vontade de ter uma segunda possibilidade, de mudar de vida e de como isto seja mais fácil quando temos alguém connosco que nunca deixa de acreditar em nós, alguém que consiga ver-nos, além de tudo, como Pessoas.
SABER SER: tentar ser sempre eu mesma em cada momento, isto eu tinha escrito, talvez inconsciamente. Desde o primeiro dia me perguntaram o significado dessa frase. Foi uma provocação que foi comigo cada dia e agora, no final deste meu percurso, com a ajuda dos meus adolescentes, eu entendi quem é esta “eu mesma” que queria ser. Um deles um dia perguntou a Veronica “Mas ela consegue ficar seria? Porque aqui é impossível, aqui ela está sempre em movimento, inquieta, feliz, sempre com o sorriso e cheia de vida!”. Essa é a eu mesma que quis ser, a eu mesma que talvez eu tinha perdido antes de partir e que agora consegui re-encontrar com a ajuda deles.
Não foi tudo fácil e idílico, muitas vezes, sobretudo no começo, voltava para a casa depois das atividades cansada, só com a vontade de não voltar uma outra vez, com raiva porque na minha opinião as coisas não eram como eu queria. Mas se há uma coisa que aprendi aqui é a paciência, o saber esperar... e o apreciar aquele momento quando, depois de ter esperado, as satisfações vêm. Aprendi a olhar além das aparências, a escutar, aprendi como muitas vezes o segurar as mãos um dos outros e aperta-las forte têm mais importância de muitas palavras, aprendi a imensa importância das emoções, do vivê-las intensamente, de ser movida por estas, do chorar, até desesperadamente, sem vergonha... e no mesmo tempo da esperança, dos sonhos, do ser feliz. Aprendi que o amor têm muitas formas e eu senti uma destas em cada momento passado com eles, com eles que da vida conheceram o mal, um mal do qual eu não imaginava mesmo a existência. Um mal feito de droga, morte, familhas destruídas, medo de morrer, luta pela sobrevivência.
Até agora falei só da minha experiência na FUNASE CASE, talvez porque acabou de terminar e sinto-me cheia de emoções, mas parte integrante destes quatro meses têm sido muitas outras coisas. Tive a possibilidade de ser a professora Miriam De Martin, de apoio ao Nicola Andrian, em um curso base de idioma e cultura italianas na UNIVASF. Momentos muito lindos a onde eu chegava sem força depois de um dia trabalhando, mas de onde eu saía cheia de energia. A coisa mais linda foi, através das atividades de  gramática, dos jogos, das musicas e comidas, a de apreciar quanto é maravilhosa a minha Itália, estando em um país tão longe e diferente.
Dinâmica durante o curso de língua e cultura italianas na UNIVASF
Além disso, tive a possibilidade de eu assistis às aulas de “Relações interpessoais e dinâmicas de grupo” ministradas por Nicola Andrian no curso de Pedagogia da UPE, Campus de Petrolina. Alguns conteúdos não eram novos, mas foi interessante poder aprender e depois colocar diretamente em prática os conhecimentos adquiridos.
Parte integrante e importante do projeto foram também as reuniões da Equipe BEA que fizemos a cada semana com o coordenador do Progetto BEA, Nicola, e a Veronica, a onde nos confrontamos sobre as experiências vivenciadas no dia a dia em relação aos  nossos objetivos através de uma reflexão constante entre teoria e prática.
A cada semana temos preenchido um questionário que é parte da pesquisa de Doutorado sanduíche entre a Universidade de Padova, Itália e a UNEB de Nicola sobre o 'Service Learning' (aprendizagem e serviço). Com certeza todas estas coisas foram cansativas e muitas vezes a vontade de me sentar e trabalhar no computador foi difícil de achar, mas quando, um ano atrás, eu escolhi esta experiência como estágio, foi também por a completude, em muitos aspectos, do que foi oferecido para mim. Hoje posso confirmar de ter feito a escolha certa, uma escolha que me permitiu colocar-me totalmente em jogo, de testar-me e formar-me.
Acho que eu poderia continuar até o infinito a contar, a escrever, a explicar, porque o MEU Brasil é feito de muitas outras coisas, mas talvez seria tedioso e prolixo, por isso vou tentar terminar agradecendo as pessoas que fizeram tudo isso tão incrivelmente VIVO.
A Equipe BEA 2016.1

Antes de tudo, obrigada a Nicola que, depois de um longo calvário, tornou possível, real e tangível tudo isso.

Obrigada a todas as pessoas que conheci, que contribuiram a tornar a minha casa a cidade de Petrolina e sem os quais esta experiência teria sido diferente.
Obrigada, em particular, a Lucas que nas dificuldades de muitos momentos consegui trazer de volta na minha vida tranquilidade e leveza.

Obrigada a equipe pedagógica e psicossocial da FUNASE CASE, em particular ao coordenador pedagógico Ilson Borges, o qual nem um segundo parou de acreditar em mim e no meu sonho e que, com o seu “minha querida” sempre me fez sentir acolhida e parte da instituição.


Obrigada a você, Veronica, que foi uma Rocha sempre pronta a me apoiar. O nosso caminho aqui nem sempre foi simples, mas cheio de emoções que o fizeram incrível. Obrigada pelas noites sem dormir continuando a falar, pelos gritos, pelos abraços, pelos risos… e por ter conseguido achar as palavras certas quando as minhas emoções eram tão fortes que eu não podia falar. A você que foi e será uma insubstituível companheira de vida e de emoções.

E, no final, obrigadas aos meus adolescentes, aqui sem nome e sem rosto, mas na minha mente e no meu coração perfeitamente vivos. Um obrigada por eles quem deixaram em mim uma marca indelével, obrigada pelas suas histórias, pelos sofrimentos e pelos sonhos. A eles quem durante o nosso último dia juntos secaram as minhas lágrimas. A eles que muitas pessoas chamam de criminosos, assassinos, ladrões, viciados em drogas, traficantes. A eles quem sabem isso, mas apesar de tudo permitiram-me a cada dia de conseguir olhar além disso, de entrar nos seus olhares e de encontrar pessoas cheias de coisas a serem descobertas. Obrigada pelos momentos informais que passamos juntos, pelas vozes, músicas, diferéncias, pelos seus dias escuros e aqueles mais claros, obrigada pelas suas vontade de redenção. Obrigada por ter compartilhado com mim suas vida, suas preocupações e seus sonhos.



Meu pai, poucas semanas atrás, agradeceu-me dizendo que eu tinha ensinado a ele que na vida tudo pode acontecer; eu achei estas palavras esmagadoras... não sei se seja verdade que eu ensinei algo a ele, mas sei que eu cada dia descobri esta magica com vocês, e agora é com certeza algo que eu sinto: na vida tudo pode acontecer. E na minha vida de uma forma incrível aconteceu tudo isso.
Miriam




Miriam De Martin

Estagiária voluntária do curso de Ciências da Educação e da Formação (Educador Social e Animador Cultural) da Universidade de Padova, Itália.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

“Não existe o acaso nem a coincidência… Nós caminhamos todos os dias para lugares e pessoas que nos esperavam desde sempre.” - Relatório final de Estágio universitário voluntário no exterior de Veronica Urbani - UNIPD, Itália

“Não existe o acaso nem a coincidência… Nós caminhamos todos os dias para lugares e pessoas que nos esperavam desde sempre.”
É com essa frase da escritora G. Dembech que decidi começar contar a minha maravilhosa experiência.

Essa viagem começou bem antes da minha chegada ao Brasil, não saberia dizer exatamente quando, mas era muito tempo que tinha o desejo de fazer uma experiência em outro país que  fosse  diferente dos  passeios comuns  – férias com os amigos. Estava querendo partir,  conhecer uma nova cultura,  encontrar novas pessoas e estilos de vida.  Quebrar a minha rotina e entrar em sintonia com ritmos novos. Quando eu parava para imaginar, de jeito pensava na  América Latina, a alegria,  aos jeitos calorosos nos relacionamentos humanos, a energia que poderia ter. 
Até aquele momento tudo  só existia na minha imaginação. Durante uma palestra na universidade, esse sonho começou a ter forma e nome: ‘Progetto BEA’.

Escolhi este projeto por que gostava da ideia de não deixar definitivamente o âmbito da faculdade, mas ao contrário, de poder prosseguir com os estudos e ao mesmo tempo realizar o meu estágio formativo.
Equipe BEA 2016.1
Quando chegou o momento de escolher a instituição de estágio entre as demais da rede de colaborações do Progetto BEA quis me dar a oportunidade de mesurar-me como profissional em um âmbito no qual  nunca tinha trabalhado: o da FUNASE CASEM -  Fundação de Atendimento Socio-educativo, o órgão responsável pelo atendimento do adolescente sob medida sócio-educativa de restrição e/ou privação de liberdade.  Casa de semiliberdade por adolescentes de sexo masculino  que tiveram problemas com a lei. Foi uma escolha “desconfortável” que, como imaginei, me permitiu de crescer muito tanto nas minhas competências profissionais tanto como ser humano.
Não nego que no começo as dúvidas foram muitas “Será que conseguirei?”, “Estarei capaz de criar ligações com os adolescentes?", “O que irei fazer? ”

Comecei o meu estágio na CASEM na segunda feira dia 4 de abril de 2016,  e naquele momento a instituição estava cuidando de  12 adolescentes. Minhas dúvidas, que existiam no começo, foram solucionadas logo pelos próprios adolescentes que tinham  curiosidade em conhecer, se as pessoas  do meu país têm a cor da  pele  branca e falam com o  mesmo sotaque que eu. Eles  me acolheram, permitiram que eu entrasse a fazer parte das suas rotinas.

Por me apresentar e por os fazer conhecer as minhas origens,  na  primeira semana, de acordo com a equipe técnica, realizamos a ‘Semana italiana’.  Mostrei vídeos, fotos, músicas da minha Itália e juntos comemos uma verdadeira macarronada italiana.

Os momentos da noite me deram as melhores lembranças. Depois de dias cheios de atividades chegava o cansaço  (para todos!), as barreiras que durante o dia nos distanciavam (uns dos outros)  baixavam-se e assim em um clima sereno quase familiar sentados no sofá  assistíamos ao Velho Chico, ou se ouvia  Marília Mendonça. Uma noite D. me ensinou a dançar o reggae, uma outra vez L. F. J. D. Me ensinou o Forró com típicos chapéis de palha de Quadrilha, cantamos, brincamos e depois chegavam aqueles momentos mais profundos, intensos,  íntimos ... sobre as histórias da Vida deles.

Para me fazer sentir “em casa” contribuíram os diversos profissionais que trabalham na CASEM, as funcionárias da administração, os porteiros as guardiãs , as cozinheiras, os motoristas. Com todos eles criei uma ótima relação, mas  essa experiência foi sem dúvida tão completa e profunda pelo suporte, pela disponibilidade, paciência e amizade que a inteira equipe técnica sempre me demonstrou. Com elas nunca me senti no lugar errado, foram verdadeiras guias.  Me fizeram sentir parte delas,  parte da grande “Família CASEM”.
 Com a equipe técnica da CASEM
Com a supervisão e os conselhos da coordenadora técnica Dona Maria Das Graça de C., da coordenadora pedagógica Márcia Dias C.B., da psicóloga Liane M., da assistente social Ana Valina B.L. e enfim de Mônica Rodrigues L.C. a advogada,  tive a oportunidade de conhecer quase completamente a instituição a onde trabalhei. Além disso, pude participar das atividades internas e externas dos adolescentes, aos atendimentos, as visitas domiciliares, esteve ao lado  da pedagoga nas reuniões com os dirigentes escolares e visitei as instituições que colaboram com a CASEM (os serviços de saúde, a agência de trabalho, etc) Ademais, tive o prazer de conhecer a Vara da infância e de me apresentar ao Juizado de menores na cidade de Petrolina.
Com a inteira equipe reunida, o primeiro dia de estágio, compartilhei os meus objetivos acadêmicos confrontando-os com aqueles específicos da CASEM.
Dividi os meus objetivos nas três macro áreas do Saber, Saber Fazer e Saber Ser como a seguir:
SABER
  • Conhecer em profundidade o lugar onde eu  farei o meu estágio ( a sua
  • Missão/ Mission, o estatuto, as finalidades e os valores que caracterizam a FUNASE CASEM ).
  • Estudar os documentos que fundam a legislação das crianças e adolescentes no Brasil (ECA) e no específico no Pernambuco.
  • Conhecer e compartilhar a cultura brasileira: os costumes, os hábitos, as crenças, a história e o idioma.
  • Ter conhecimento mais específico sobre o método do Service Learning.

SABER FAZER
  • Adquirir capacidades, habilidades e estratégias educacionais que me permitem  agir - em contextos como o FUNASE Casem ou parecidos – no imediato em modo certo e eficaz.
  • Criar uma relação empática com os meninos que tem fé os princípios de intencionalidade, assimetrias e “direita distância”, reflexividade e educabilidade.
  • Aprender como trabalhar da melhor maneira da todas as pessoas da equipe sócio- psico- pedagógica (pedagoga, psicóloga, assistente social).
  • Ampliar as capacidades e as competências por conseguir na condução de atividades e de gestão de um grupo de adolescentes através de uma oficina de Arte e Teatro. corporal onde os meninos podem experimentar eles mesmos no contexto protegido.
  • Aumentar as capacidades reflexivas sobre as práticas por monitorar a aprendizagem em cada nível através a prática/serviço. 

SABER SER
  • Manter uma atitude de Abertura e de Curiosidade que me permite envolver-me em todos os momentos dessa experiência.
  • Ampliar uma Escuta Ativa autêntica e uma atitude de Empatia.
  • Permitir que aconteça uma Acomodação (como teorizou Piaget) das experiências e das boas práticas que vou aprender durante o estágio para fazer-me amadurecer como pessoa e como educadora.

Após ter me inserida nas atividades já estabelecidas pelo programa, como a festa do Dias das mães e o Arraiá do Casem, tive a oportunidade de propor uma minha oficina de teatro corporal. Esta oficina fez parte também de um Projeto de Extensão da UPE, Campus de Petrolina a onde pude assistir as aulas de Relações interpessoais e dinâmicas de grupo, do Curso de Pedogogia, ministradas pelo Prof. Nicola A..
Eu e Natália Dos Santos A. G., colega do curso acima citado, tivemos a grande oportunidade de experimentar na prática os conteúdos teóricos do curso. Planejamos e conduzimos 6 encontros no parque municipal Josefa Coelho da cidade com os adolescentes e a equipe técnica do CASEM.
Oficina no Parque Josepha Coelho
O fio condutor que juntou todos os encontros foi o tema "A Comunicação Assertiva e a Escuta Ativa" e a cada um dele nos abordamos uma temática específica: Confiança, Eu, Tu, Nós, Comunicação Assertiva e Escuta Ativa.
Tenho certeza que esse projeto sem a colaboração de Natália e a supervisão de Nicola não teria tido o mesmo resultado final.
E foi na UPE, Campus de Petrolina que tive a oportunidade de ampliar o meu saber, experimentando um novo modelo de universidade, mais dinâmico e participativo.  
Para o meu estágio, um momento altamente formativo foi a reunião de cada sesta feira pela manhã com a minha colega italiana Miriam De M. e o coordenador Nicola A. (a Equipe BEA 2016.1).
O Progetto BEA é o Coração de uma pesquisa de doutorado Sanduíche entre a UNIPD (Padova, Itália) e a UNEB e a equipe semanal focava-se sobre a constante reflexão teórica sobre a experiência prática através do Ciclo do Service Learning (Aprendizagem e Serviço). Acho que isso que fez a diferença no meu nível de aprendizagem.

Já escrivei muito eu sei ... mas ainda  não terminei!

UNEB, Campus de Juazeiro
Para dar mais uma bela pintada de cor nessa experiência, vou contar agora do Curso de língua e cultura italianas no Departamento de Ciências Humanas da UNEB, no Campus de Juazeiro.
Nunca me imaginei como professora, figura que sempre percebi como formal demais e que precisava de  distância, mas tive a possibilidade de me experimentar ao lado do coordenador, propondo aulas dinâmicas e com brincadeiras  permitindo aos estudantes de aprender e se divertir tanto quanto em mesma me diverti.

UNEB - A culminância do Curso
Fiquei tão bem com os alunos que uma vez que o curso oficial acabou, continuei com alguns deles com aulas de conversação no parque, na praça, na praia...
Nesses meses me senti parte de tantas coisas Grandes, parte de um Tudo. Encontrei pessoas que me parecia de conhecer a muito tempo. Percorri ruas de uma forma como se os meus passos já tivessem percorridas. Em Petrolina e Juazeiro deixei parte de mim e levei comigo muito mais:
Olhares, aperto de mãos, risadas, cheiros, cores, comidas, sons, ritmos, pores do sol, danças, a calma que me deixava tranquila em quanto esperava a barquinha, harmonia, festas, o doce de leite depois do almoço com a minha equipe, abraços e muito mais que as palavras não conseguem descrever.

Agora que estou em Itália não tenho a percepção de ter acabado a experiência, será  que em setembro chegarão duas amigas-colegas da UNEB, será que os contatos com os amigos estão sempre vivos, mas por enquanto estou vivendo isso reencontro como um final aberto: a Vida é longa e quem sabe quais lugares e pessoas estão prontas para me conhecer ou me encontrar de novo!!
Quero agradecer o Nicola que aquela vez teve uma fantástica ideia ao inventar um “Nicola Andrian” assim! Sem você tudo isso não teria sido possível. Para você, com que me confrontei, aprendi e cresci: Obrigada!
Obrigada a minha companheira de aventura Miriam que me ajudou a crescer superando e compartilhando os momentos felizes e também aqueles mais difíceis. Sem ela ao meu lado não teria sido a mesma viagem.
Enfim o meu Obrigada mais profundo vai aos meus adolescentes, a cada um deles por ter me acolhido, pelas brincadeiras, pelas piadas, por tiver me permitido de entrar nas vidas de vocês pelas disponibilidades de vocês ao falar a vossa história e assim dar uma parte de vocês a qualquer um outro. E entre todos um Obrigada especial vai a uma Alma maravilhosa, agora totalmente livre no mundo, que mudou a minha vida com a sua próprio. A você que com o seu “Mundo na cabeça” me permitiu de aprender como as vezes não precisam palavras, o que importa são Cabeça, Mãos e Coração.
Veronica