Mary Marchiori. Estagiária da Universidade de
Pádua, Itália, graduação em Ciências da Educação e da Formação – Curso em
‘Educador e animador socio – cultural’.
Estágio no exterior, realizado através do
Progetto BEA na cidade de Petrolina-PE (Brasil), no expecífico na FUNASE CASEM
(casa de semi liberdade), na UNIVASF e na UPE.
Relatório final:
"Aqui estamos no nosso último dia no
Brasil! O que posso dizer? Talvez a experiência mais incrível da minha vida! Se
eu penso quando eu cheguei em Petrolina, parece ter passado muito tempo.
A coisa que eu mais amei nestes três
meses foi o “inesperado”! Cada dia era uma surpresa e as vezes até as coisas da
vida cotidiana se tornavam um mistério. A respeito das relações interpessoais,
aprendi a cumprimentar as pessoas prestando atenção, aprendi a dar um abraço
antes de ir para casa como se nào tivesse um outro encontro, tentei dar o
melhor de mim em todas as oportunidades e tentei tirar o melhor dos outros, e
francamente isso não foi difícil. Amei o povo de Petrolina como se eu tivesse
morado aqui a muito tempo.
O que eu levo na mochila a respeito da
minha formação profissional?
Na FUNASE CASEM passei horas e dias com
a agradável sensação de fazer parte da "família". Compartilhar parte
da minha vida com os adolescentes acolhidos foi uma experiência totalmente nova
que me permitiu aprender muito sobre a educação e sobre o papel do ‘educador
social’ que neste contexto específico ainda não é tão bem conhecido. O que eu
diria é que, independentemente da cultura ou da profissão, se como base há
respeito uns pelos outros não tem mal-entendidos que não possam serem
resolvidos. Trabalhar com pessoas não é fácil, mas neste estágio eu tenho
confirmado a minha ideia: ser um educador não é só ter um emprego, mas é ter
atitudes de vida é ‘Ser’ educador. Você não pode sair do trabalho, fechar a
porta e esquecer quem está dentro da casa ou dentro de qualquer outra
instituição educativa.
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| Equipes FUNASE CASEM e Progetto BEA |
Ao longo desta experiência aprendi também
que é possível e fácil cometer erros e o papel da Equipe no trabalho faz a
diferença em acompanhar cada profissional. O que eu aprendi também foi que
tanto nos relacionamentos quanto em cada novo contexto o educador deve entrar
na ponta dos pés e tentar criar uma relação de confiança. As pessoas percebem
até os pontos de fraqueza, os limites e quando o educador sente que chegou a
hora de compartilhar algo de próprio, de profundo, ele estará pronto para
receber e aceitar os outros incondicionalmente.
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| Curso de italiano na UPE |
Outra parte importante dessa
experiência foi sem dúvida a abordagem intercultural, o encontro com uma
cultura diferente. Papel importantíssimo teve o ministrar os cursos de língua
italiana na UNIVASF e na UPE que nos permitiram desempenhar o papel de professores,
até então completamente desconhecido . Nós percebemos a importância de não
tomar nada como garantido, como certo, quando se aproximar de uma língua e uma
cultura diferente. Tentamos organizar as aulas com uma certa lógica, de tal
forma a criar laços entre elas e, ao final do curso, fomos convidadas a fazer
um teste que nos serviu também pela nossa auto-avaliação.
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| Turma de italiano na UPE |
O que eu levo na minha bagagem de vida?
Sem dúvida, a ‘gentileza’, a
possibilidade de dar uma ajuda de graça, sem ter que ter um retorno, algo em
troca, o sentir-se um amigo de alguém mesmo não conhecendo ele, o sorriso, o
cumprimentar verbalmente e não verbalmente, o não ter medo de agradecer uma vez
a mais
Este estágio tem sido não só uma
experiência importante para o meu trabalho futuro, como educadora, mas foi a
oportunidade de fazer a esclarece algo sobre o que eu sou e como eu quero ser.
E se eu pudesse voltar atrás eu faria isso uma centena de vezes, porque para
ser honesta eu estou com medo de voltar para a vida cotidiana. Quem não passou
um pouco de tempo nesta linda terra não pode entender o que quero dizer, mas eu
espero que todos vocês possam ter uma experiência parecida com esta.
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| FUNASE CASEM |
Um agradecimento especial a Nicola
Andrian e ao Projeto BEA, a minha companheira de aventuras Federica Renosto que
me suportou por 90 dias até cozinhando para mim (acho que sozinha poderia ter
morrido de fome!). Um agradecimento a FUNASE CASEM para ter me acolhido como
parte de uma família, aos adolescentes que me aceitaram e foram capazes de
apreciar o meu trabalho.
Um grande agradecimento também vai para
todos os estudantes / alunos dos cursos de italiano na UNIVASF e na UPE.
Um grande abraço as minhas companheiras na moradia, a todos os amigos e
todas as pessoas que compartilharam as festas, os bailes, os jantares, o rio, o
sol, sorrisos, abraços, música e CaipirosKas!
Eu não sei quando e eu não sei como,
mas com certeza .. até a próxima!
Com muita saudade de Vocês, obrigada!"
Mary