Federica Renosto:
Já chegamos no início do ultimo
mês. Os dois primeiros realmente passaram muito rapidamente. Durante este período eu
conheci muitas pessoas, todas diferentes, conheci novos lugares, aprendi muito
sobre uma cultura diferente e, mais importante, tive a possibilidade de desenvolver
meu projeto de estágio na FUNASE CASE em Petrolina.
Meu interesse específico é o de
me relacionar de uma forma espontânea e ‘livre’ com os adolescentes acolhidos. Observar
e coletar dados por meio de colóquios/entrevistas
informais tentando intender quais são as expectativas para o futuro, o que eles
querem fazer saindo da instituição e descobrir se e há pessoas nas quais eles podem
confiáver para apoia-los na trajectoria de reintegraçào social e realização
dos próprios
sonhos.
Eu escolhi de não marcar
datas e horários fixos nem fazer 'obrigatória' a participação deles, bem pelo
contrario. Estou aproveitando os momentos em que eles estão dispostos a falar
comigo, como durante o recesso das aulas ou se as professoras não estão
presentes, os momentos em que eles são mais tranquilos, a vontade e não se
sentem "interrogados" por um desconhecido.
Não é permitido perguntar diretamente
sobre os crimes cometidos por eles, e compartilhar dados e informações
pessoais, mas o interessante é que a abordagem informal permite que o
adolescente se abra e esteja mais a vontade para falar. Conheci muitas
realidades diferentes, partes de suas histórias e pessoas de algumas famílias.
Uma das frases que me surpreendeu mais do que tudo foi: "Estou melhor aqui
do que na minha casa, pelo menos aqui eu tenho água potável, alimentos e
energia todo o dia" Uma frase que me ajuda a entender melhor a situação.
Todos os adolescentes acolhidos
frequentam se a escola no período da manhã, dividido-se em 4 fases, a primeira
é para quem não sabe ler e escrever, e, em seguida aumenta gradualmente o
nível; no período da tarde eles têm muitas actividades incluindo: cursos
profisionalizantes, artesanato, computação, teatro, música e momentos de lazer. Todos os
meninos participar das atividades, e pelo que pude ver, eles parecem muito
interessados e participar de bom grado.
Outra parte importante do meu
estágio na FUNASE CASE é o acompanhamento a equipe
psicossocial nas visitas domicilires todas as segundas feiras. Momentos através
dos quais consigo intenderer de uma forma melhor as escolhas de vida e as infrações
cometidas pelos adolescentes acolhidos.
Com Mary, a minha colega, além de tudo isso, estamos
ministrando um curso de língua italiana em duas universidades diferentes, a UNIVASF
e a UPE. Experiência absolutamente nova para mim que nunca teria imaginado de
fazer. Está provando ser mais positiva do que o esperado, apesar de confirmar a
minha ideia de que nunca será o meu trabalho futuro.
Federica R.
Mary
Marchiori
O
principal objetivo do meu estágio é o de compreender se os adolescentes
acolhidos pela FUNASE CASEM (sistema de semiliberdade) sentem-se realmente
livres para se expressar em um ambiente no qual a reintegração social e a
liberdade completa são conquistas continuas,
dia após dia.
Depois
de uma primeira fase de observação participante, optei por desenvolver este
objetivo ao propor, uma vez por semana, diversas atividades com o uso das Cores,
com a intenção de trabalhar a auto-expressão. A idéia que norteia o meu projeto
é, de fato, que as cores são um meio de se expressar e deixar algo de si
mesmos, o que significa ter valor como pessoa, porque cada um de nós vale a
qualquer momento e em qualquer circunstância da sua vida
O
primeiro destes momento foi de imersão nas cores. Após um contato com o
material da oficina, os adolescentes deixaram as próprias marcas em um grande
papel colocado no chão embebendo seus pés em têmpera. Ao concluir a arte, as
impressões tinham sido perdidas, todas misturadas formando uma única cor. Os
adolescentes dançaram, se abraçaram e para mim foi um prazer testemunhar esta
atividade e esta diversão.
As noites seguintes decidimos pintar a parede da
sala, onde várias atividades são realizadas. Foi um trabalho desafiador que
envolveu todos os rapazes presentes. Usamos as cores da bandeira do Brasil,
mais uma razão para estar unidos, especialmente neste período da Copa do Mundo.

As
atividades realizadas ao longo desta oficina proporcionas momentos livres e de
descontraiçào que eu gosto muito de observar/monitorar. No final de cada atividade,
em uma roda de conversa é sempre positivo compartilhar pensamentos e sensações,
positivas ou negativas que possam ser. É um momento para aprender com eles e ao
mesmo tempo para deixar algo de mim.
Ao longo da outra oficina no periodo noturno, discutimos
sobre o tema das drogas. Esta é uma questão na qual eles se preocupam muito. Adquirimos
mais informaçoões e conhecimentos que nos fizeram refletir juntos e discutimos
as drogas mais perigosas em seus efeitos no organismo e no impacto das relações
sociais por cada um deles. Uma noite, em particular, tivemos à visão e
discussão do filme "Diário de um adolescente" (1995).
A curiosidade tem
permitido uma melhor participação de todos.
Mary M.